Pensando que teria sorte, assim que cheguei a Santarém arranjei trabalho... Ora sorte, uma ova, fui bem enganada por uma loira corrupta, trabalhei quase um mês para ganhar pouco mais que 70 euros, mais de 8 horas por dia, no qual ainda tinha de pagar o almoço e as deslocações. Gente maluca, graças a Deus que saí de lá...
A partir daí foi a decadência da minha vida.
Passei Janeiro e Fevereiro em casa, mandei currículos para todo o lado... Não tenho qualificações, não tenho a carta de condução... Estava tão mal que já subia paredes, nada tinha para fazer e a lida da casa nunca foi propriamente algo que me desse prazer e me distraísse da pasmaceira de estar parada.
Foi então que pensei no voluntariado.
Quer dizer, não foi bem "foi então que", pois a minha mãe já me tinha dado a ideia, mas eu levei-a um pouco mais longe, e comecei à procura de serviços de voluntariado mais complexos, do que apenas na minha cidade, que honestamente, não oferece muito.
Descobri duas associações, a "AFS intercultural programs" e a "ProAtlântico". Inscrevi-me em ambas.
O serviço de ambas é muito distinto, mas em ambas existe comunicação com pessoas de outros países, algo que me cativa muito, pois adoro conhecer pessoas novas, novas culturas.
O meu papel na "AFS" é receber jovens que venham estudar do estrangeiro para cá, ajuda-los, encaminhá-los.
Quanto à ProAtlântico, o meu papel não se deve a nada directamente com eles, isto porquê? Bem trata-se de uma associação que apenas permite aos voluntários, serviço num país que não o de residência. Ora esta opção ainda me interessou mais, então fui pesquisar. Percebi que ofereciam intercâmbios europeus, e que tinham ainda a vertente do Serviço Voluntário Europeu (SVE), projectos de longo curso.
Concorri. E concorri a vários, a todos os intercâmbios europeus (não fui aceite em nenhum), e a vários projectos no site do SVE, aqueles que não duravam mais de seis meses, e que obviamente tinham algo a ver com a minha área.
No entretanto, comecei a fazer serviço de voluntariado pela Santa Casa da Misericórdia, com idosos e crianças... Para me ir entretendo. Experiência que me agradou imenso, apesar de alguns contratempos que eu nunca esperei, situação para outro dia.
Fui aceite.
Eu nem queria acreditar...
Marquei entrevista com a cara do projecto. Katerina. Disse-me estar super interessada em ter-me como voluntária, explicou-me tudo e no fim disse-me que esperava pela minha resposta. Fiquei super entusiasmada. Estava na hora de mandar o "tiro" à minha mãe e esperar que fosse de raspão. Foi mesmo, resmungou, refilou, não queria, mas apercebeu-se de que não valia a pena e acomodou-se com a ideia.
Vou para kumanovo, na Republica da Macedónia, durante dois meses, como voluntária, com tudo pago, apenas tenho de pagar 10% da viagem.
Não podia vir em melhor hora.
Para que se sente como eu... São bons planos. Sempre quis viajar, e fazer algo ao mesmo tempo... Algo de bom. Não me podia sentir mais feliz por estar a uma semana de me ir embora.
Joana Cancelinha Pereira
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