Ali estava eu, em frente a ele. Parecia que estava a dormir. Tão pacifico, tão calmo, tão sereno, de olhos fechados, cara esbranquiçada, bigode arranjado. Queria que acordasse, mas sabia que iria cair na desilusão. Toquei-lhe nas mãos, frias, uma em cima da outra, como se tivesse apenas a descançar, mas não reagiu. Ele não reagia, não se mexia naquele silencio assustador, esmagador e devastador.
Quando la cheguei já ela tinha cuidado dele, com todo o seu amor e amizade, já enorme saudade e tristeza, ela tinha cuidado dele.
Ela fez tudo por ele, toda a vida. Eram tão bonitos, harmoniosos, humildes, simples, bondosos, carinhosos. E eu pergunto-me... porquê?
Uma subita mancha negra invade-nos a alma, o coração, a fé desaparece, cai-nos uma pedra nas costas, e de repente chega o fim.
Avô
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